Esse lugar aí é meu
Todos os dias era a mesma coisa, saia correndo de casa para pegar o ônibus e ocupar aquele banco confortável, solitário ao lado do motorista próximo á porta, que de verdade me pertencia de segunda á sexta, entre as sete e 7:30 que era o percurso que me levava para este transporte me deixar em meu trabalho e eu poder iniciar mais um dia de trabalho após meu percorrido em um banco com o estofado marrom um pouco velho, mas solitário, confortável e como já mencionara “Meu”.
Houve vezes em que tive que brigar por ele, mas sempre conseguia vencer estes meus inimigos, pois já assistira muitos filmes do Van Damme e sabia muito bem como executar o super chute voador que o tal executava como se fosse uma bailarina louca da companhia de Balé de S.T Petersburgo.
Porém um dia uma quarta-feira chuvosa sai como um foguete para pegar o meu ônibus dirigido pelo Astolfo um retirante nordestino “Gente boa” e sentar no meuuuu banco, mas o pior acontecera ele estava ocupado e agora não era por um “file de borboleta”, mas sim por um dos discípulos de Golias. Era gordo, mas forte, era baixo, mas, mais alto do que eu tinha braços pequenos, mas os seus pareciam minhas pernas.
Bom nesse momento soube que com este inimigo deveria ter um cuidado especial e com ele só teria como solução utilizar meu grande golpe de balé que na verdade nunca o havia usado, pois somente utilizava a minha grande educação dizendo aos meus inimigos: “Este bancooooooooooo é meuuuuuuuuuuu, saia já dai seu (a) inútil, porem este pedido tão educado não me serviria desta vez.
Parei diante dele e fiz a minha cara de mau mais assustador possível e disse-lhe: “Senhor esse banco ai que o senhor esta sentado me pertence de segunda a sexta, por favor, eu o necessito”, ele virou-se e disse-me um simples e direto “NÃO” com aquela segurança que me fez pensar que por um momento que esse banco não era mais meu.
Esperei por um momento o medo que eu não tinha fosse embora e voltei e lhe disse: “Senhor, por favor, por agora estou lhe pedindo, mas se o senhor não sair do meuuu banco terei que tomar uma providencia mais drástica”, assustado Astolfo o gente boa me olhou com a aquela cara de limão azedo e balançou a cabeça como me dizendo que não deveria prosseguir com isso, mas, eu um fã de artes marciais que já tinha visto todos os filmes do Van Damme e que facilmente poderia matar uma pessoa com meu golpe de S.T Peterburg não poderia desistir do conforto de meuuu banco. O homem agora se levantou e me disse outra vez um “NÃO” ainda mais forte e seco que ribombou por todo o ônibus que agora já se dera conta da situação.
O homem sentou-se outra vez e eu ali parado não assustado, mas já com saudades do meu banquinhoooooo.
Até que uma mirrada senhora com um penteado esquisito se aproximou e me disse: “Senhor, desculpe, mas ele não vai sair daí não”, pensei agora tenho dois inimigos, ufa esta luta pelo meuuuuuuu banco já estava se tornando uma guerra de verdade, olhei para ela e perguntei” Por que não?” e ela me respondeu com aquela voz já cansada e roca “Senhor ele é o pai do falecido” descobri então que não estava indo para o meu trabalho e sim para um velório, olhei em volta e vi todas aquelas pessoas de preto chorando.
A parti daí todas as vezes que sai de casa chovendo, sei que algo passou e não discuto e não brigo com mais ninguém porque a chuva vem para dar nova vida e aliviar a dor das pessoas.
Autor: Diego de Lima Guarda
Professor de Portugués